BPI recomenda corte do investimento em eólicas e fotovoltaico
Uma redução do investimento previsto no Plano Nacional de Acção para as Energias Renováveis (PNAER) em 10,9 mil milhões de euros é a principal do estudo do BPI sobre o sector energético, divulgado a 31 de Março. O documento prevê o corte de dois terços dos investimentos previstos até 2020, devido à conjuntura de crise, sublinhando que este investimento minímo será suficiente para assegurar a satisfação do consumo para os próximos nove anos.
Na óptica do relatório, a redução do investimento seria feito essencialmente ao nível das renováveis, com o corte total do investimento no fotovoltaico e o adiamento do investimento previsto em nova potência eólica.
«Dado o actual contexto de endividamento e de mercados financeiros, o investimento previsto em nova potência eólica, ascendente a 2 619 MW de potência instalada e a 3,4 mil milhões de euros, deve ser adiado», explicita o estudo do BPI. Já no caso do fotovoltaico, o relatório afirma que os investimentos, avaliados em 4,7 mil milhões de euros, «não devem ser efectuados, pelo menos até que esta tecnologia atinja uma maior maturidade tecnológica».
O documento sublinha ainda que o reforço de potência na central termoeléctrica a gás natural de Sines e os investimentos em centrais hídricas serão suficientes para dispensar a aposta na central termoeléctrica de Lavos (estimada em 540 milhões de euros).
Face às conclusões do relatório, a Associação Portuguesa de Energias Renováveis (Apren) já demonstrou o seu desagrado. Ao Jornal de Negócios, o presidente da Apren, António Sá da Costa, referiu a existência de «erros graves», num trabalho «acabado à pressa». Entre várias críticas, Sá da Costa sublinha a existência de erros técnicos, como é o caso do custo de investimento estimado para cada megawatt de mini-hídrica e grandes barragens. «Nunca um MW instalado numa pequena central hídrica é mais barato que o de uma central grande», afirma o presidente da Apren.
fonte:http://www.ambienteonline.pt/