Biocombustíveis derivados de resíduos podem substituir metade da gasolina em 2020
Os biocombustíveis produzidos a partir de resíduos sólidos municipais e industriais poderão substituir mais de metade da gasolina utilizada na UE em 2020, diz um estudo da Bloomberg New Energy Finance.
O bloco das 27 nações que compõem a União Europeia poderá produzir 90 mil milhões de litros do chamado etanol de nova geração (a partir de resíduos e não de colheitas agrícolas). Esta produção corresponde a cerca de 65% do uso previsível de gasolina proveniente de fonte fóssil, segundo um estudo do grupo Bloomberg New Energy Finance, sedeado em Londres.
A UE poderá construir pelo menos 100 refinarias por ano a partir de 2013, sublinha o mesmo estudo, acrescentando que este bloco comunitário não tem de momento instalações comerciais de refinação de biocombustíveis a partir de resíduos industriais.
“A agricultura europeia poderá beneficiar de uma nova indústria de bioenergia, uma vez que os agricultores terão uma fonte adicional de rendimento, aumentando o rácio euros-por-hectare por cada pedaço de terra”, afirmou Roberto Rodriguez Labastida, co-autor do estudo, citado pela Bloomberg.
A União Europeia definiu a meta de, em 2020, 10% do combustível dos transportes públicos provir de biocombustíveis. Para o etanol de nova geração – que não recorre às colheitas agrícolas – , a UE não tem ainda qualquer meta.
A Nestlé, maior empresa alimentar do mundo, opõe-se ao uso de colheitas agrícolas para a produção de biocombustíveis. Os preços das matérias-primas agrícolas estão a aumentar, dificultando uma suficiente produção de alimentos a nível mundial, afirmou hoje o “chairman” da empresa, citado pela Bloomberg.
A Bloomberg, que salienta o facto de serem necessários 9.100 litros de água para produzir um litro de biodiesel, refere ainda o facto de várias empresas europeias, incluindo a Galp Energia, terem comprado terras em África para impulsionarem as culturas de produtos não-agrícolas, como a jatropha, para a produção de biocombustíveis.
A Galp refere, no seu “site”, que no ano passado o seu projecto de produção de biocombustíveis alcançou progressos significativos com o cultivo das primeiras parcelas experimentais de “jatropha curcas linn” (JLC) em Moçambique e com o início do projecto de produção de óleo de palma em Belém, no Brasil.
fonte:jornaldenegocios