Sérvia joga trunfo das renováveis na caminhada europeia
Com apenas cinco anos de independência, a Sérvia quer livrar-se definitivamente dos seus fantasmas e entrar no restrito clube dos 27. Classificado como potencial candidato à adesão da União Europeia, o País entregou no ano passado a sua candidatura, sob a promessa europeia de uma avaliação, e anunciou ao mundo que acreditava na adesão em 2014, apesar de admitir que a tarefa não vai ser fácil.
O Plano Nacional de Investimentos 2006-2011 reservou 44 milhões de euros para financiar projectos de gestão de recursos hídricos, estruturas de contenção de cheias, limpeza de canais e infra-estruturas para a gestão da agua. Em 2008, o Banco de Desenvolvimento Alemão (KFW) anunciou que iria doar 18 milhões e conceder um crédito de 25 milhões de euros para que o sistema de fornecimento de água fosse melhorado. Os investimentos incidem também sobre redução das perdas, substituição de equipamento obsoleto, e sensibilização de entidades gestoras e consumidores.
O investimento torna-se tão mais premente quanto a situação em que o País se encontra: os principais factores de poluição da água advêm de águas residuais não tratadas,provenientes da indústria e dos sistemas municipais. A Estratégia revela também que mesmo as cidades maiores não têm unidades de tratamento de águas residuais. Apenas 5,3 por cento das águas residuais são pré-tratadas antes da descarga e cerca de 90 por cento das descargas industriais não têm qualquer tratamento. A qualidade da água é também considerada insatisfatória, a rede de abastecimento é antiga e não tem a manutenção adequada, segundo o Governo.
Três mil milhões para as renováveis
O Ministério da Energia já licenciou parques eólicos no total de 1 500 MW nas áreas mais ventosas da Sérvia, e o potencial estimado é de 2 300 Gwh. A primeira instalação vai, no entanto, começar a produzir no final deste ano (6 MW de capacidade instalada). No ano que vem a capacidade instalada deverá chegar aos 100 MW.
O potencial hidroeléctrico estimado está na ordem dos 7 000 Gwh e actualmente estão a ser construídas duas pequenas centrais hidroeléctricas, uma deles entrará em produção no final deste ano e a outra no final do ano que vem. Das 60 mini-hidricas que existem no País, 50 por cento não estão em operação.
O uso da energia solar começou agora, com o anúncio da chinesa CND de um investimento de 390 milhões de euros na construção de uma central solar na cidade de Kikinda.
A Expo Água reservou um painel que identificará estas e outras oportunidades na área do Ambiente e Energia da Sérvia. Na tarde do dia 19, destaque para as prelecções de Luís de Almeida Sampaio, Embaixador de Portugal em Belgrado, William infante, representante residente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento na Sérvia e Adriano Martins, vice-chefe da delegação da União Europeia em Belgrado.
fonte:http://www.ambienteonline.pt/