Fazer do Tâmega e Sousa uma região energeticamente sustentável e reduzir a factura energética dos municípios é o propósito da Agência de Energia criada, esta segunda-feira, pela Comunidade Intermunicipal (CIM) do Tâmega e Sousa. Os objectivos, adianta a CIM, passam por promover actividades que contribuam para o aumento da eficiência energética na região, a redução da dependência de energias fósseis e o aumento da exploração das energias renováveis.A proposta de criação e os estatutos da Agência de Energia do Tâmega e Sousa, que terá sede em Penafiel, foi aprovada em Assembleia-geral da CIM, com apenas dois votos contra.
O nascimento desta Agência parte de um estudo que traçou o cenário energético dos 12 municípios que integram a CIM. Segundo informações desta Comunidade, os transportes são o sector da região com maior procura energética (35%). Seguem-se o sector doméstico (27%) e a indústria (21%). O documento mostra ainda que, anualmente, só em iluminação pública estes municípios gastam cerca de 7,5 milhões de euros.
Cada vez mais é essencial ter uma agenda que passe pelas questões energéticas, acredita Alberto Santos. Segundo o presidente da CIM, "importa procurar fórmulas alternativas para conseguir energias que não sejam tradicionais, sejam mais baratas e amigas do ambiente" e, ao mesmo tempo, procurar formas para reduzir a factura energética.
Assim, a Agência Energética agora criada pretende apoiar os municípios do Tâmega e Sousa nessa tarefa de "caracterização e monitorização do desempenho energético", promovendo as práticas energeticamente eficientes e as energias renováveis, com o objectivo de desenvolver uma política energética para a região. A redução do consumo de energia, explicou Alberto Santos, pode ser conseguida com gestos simples. No caso da iluminação pública, por exemplo, podem ser desligadas lâmpadas em certos locais, substitui-las por tecnologia mais recente (como LED's) ou introduzir reguladores de fluxo.
Os estatutos prevêem ainda a participação da Agência em Programas Europeus e Nacionais para "projectar o Tâmega e Sousa como uma região energeticamente sustentável e mais competitiva".
A Agência Energética não terá fins lucrativos e terá como associados os 12 membros da CIM e outros aderentes, como grandes consumidores, empresários ou fornecedores de energia da região. Ainda segundo Alberto Santos, esta será uma "agência low-cost". A sua instalação poderá contar com fundos comunitários e, além disso, vão ser aproveitadas as instalações e os recursos humanos da CIM.´
7,5 milhões de euros gastos em iluminação pública
A criação desta Agência teve por base um estudo que estabeleceu um cenário energético no Tâmega e Sousa. Segundo o documento, a iluminação das vias públicas e o interior de edifícios do Estado representam 34 por cento dos consumos eléctricos do sector dos serviços na CIM. Só os encargos com iluminação de vias públicas representam para os 12 municípios gastos que ascendem aos 7,5 milhões de euros.
Este estudo faz uma análise sector a sector, mostrando que é o dos transportes o que tem maior procura energética, seguido pelo doméstico e pela indústria. No caso do sector dos transportes, o gasóleo representa 73 por cento do consumo, a gasolina 25 por cento, enquanto o GPL e o biodiesel se limitam a um por cento cada.
O consumo energético doméstico centra-se nas lenhas (40%) e na electricidade (40%). Já indústria recorre, sobretudo, à electricidade (36%) e aos resíduos de madeira (48%). "No sector agrícola destacam-se os consumos de gasóleo e electricidade que cobrem, em conjunto, 96% das suas necessidades energéticas", sustenta o documento.
fonte:http://www.verdadeiroolhar.pt