Se pedalares e produzires energia ganhas uma refeição
Cuidar do planeta, mais do que um dever, é uma necessidade – já que os recursos naturais são esgotáveis –, mas nem sempre é seguida à risca. No entanto, com um pequeno incentivo alguns poderão ser seduzidos a fazê-lo. O Crowne Plaza Hotel, em Copenhaga (Dinamarca), oferece uma refeição gratuita a quem quiser pedalar um pouco, ou seja, praticar algum exercício físico e assim, reduzir a sua pegada ecológica. A estrutura disponibiliza bicicletas ligadas a um gerador de electricidade para os hóspedes voluntários e, se cada um produzir pelo menos dez Watts de electricidade por hora – o que equivale aproximadamente a 15 minutos a pedalada, para um adulto saudável –, após o exercício, recebem um generoso vale para uma refeição (26 euros). As bicicletas estão equipadas com um IPhone e um pequeno indicador da energia produzida. O hotel é também dotado de painéis solares na fachada.
Regina Corte-Real, investigadora do Instituto Ciências Agrárias e Ambientais Mediterrânicas, da Universidade de Évora, considera que “somos levados por estratégias de inovação e competitividade, na direcção das políticas económicas e de interesses sectoriais, nomeadamente, na área das energias renováveis – que têm neste momento um protagonismo quase impossível de contrariar, por entrarem no campo do civismo”.
Poderá não ser por civismo, mas, sim, por diversão que vários britânicos dançam e produzem ciclicamente energia para continuar a dançar. Todas as luzes e os sons de uma balada, por exemplo, gastam uma quantidade considerável de electricidade. Andrew Charalambous, proprietário do Bar Surya, em Londres, refez o chão da pista de dança do seu estabelecimento e revestiu-o com placas que, ao serem pressionadas pelos clientes, produzem corrente eléctrica. O visionário dono do bar diz que a electricidade produzida pela pista modificada representa 60 por cento da necessidade energética do lugar.
O facto é que o curso de Engenharia do Ambiente, em Portugal, “proliferou e mantém-se, mas já não há suporte para a sustentação destes engenheiros”, conta ainda a investigadora ao Ciência Hoje. E talvez, por isso, se tenha criado, há dois anos, o curso de Energias Renováveis. Regina Corte-Real considera importante “estimular o espírito crítico”, especialmente nos jovens. “Temos de continuar a propagandear nesta direcção”, assevera.
fonte:cienciahoje